Brasília, 6 fev (Prensa Latina) Um possível confronto entre militares e policiais em greve por aumento salarial coloca hoje em tensão os habitantes de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.
Cerca de 600 soldados e oficiais e ao redor de 40 do Comando de Operações Táticas cercaram a sede da Assembleia Legislativa da Bahia, tomada por policiais em greve desde a quarta-feira da semana passada.
O objetivo do cerco militar é cumprir o mandato de captura e prisão contra 12 dos grevistas, permitir a entrada ao local dos servidores públicos e garantir a segurança dos negociadores para uma solução pacífica do protesto, de acordo com informações de imprensa procedentes de Salvador.
A situação complicou-se esta manhã, quando os militares dispararam balas de borracha contra um grupo de manifestantes que se concentrou em frente ao local gritando frases em respaldo aos grevistas.
O Poder Judicial considerou ilegal o protesto dos policiais e expediu 12 mandatos de prisão contra seus líderes.
Por sua vez, o ministro de justiça José Eduardo Cardoso afirmou que "o estado de direito não permite o abuso do próprio direito. Esta greve, da forma como está sendo levada, é inaceitável".
A primeira detenção ocorreu na madrugada do domingo contra o agente Alvin Silva, que foi levado para a sede da Polícia do Exército sob a acusação de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (veículos do corpo repressivo).
Ontem à noite o governo baiano ofereceu um reajuste de 6,5 por cento do salário dos policiais a partir de 1 de janeiro passado, anunciado pelo secretário de comunicação estadual, Robson Almeida, que agregou que a proposta não inclui a anistia dos grevistas com ordem de prisão.
Por sua vez, o líder do protesto, Marcos Prisco, revelou que essa iniciativa é velha e foi rejeitada há duas semanas. Além disso, expressou sua preocupação sobre uma possível invasão do local por parte dos militares, já que -apontou- "pode ocorrer uma catástrofe".
"Não posso controlar a reação de meus colegas. Pode ser uma tropa armada contra outra tropa armada", pontualizou Prisco, que indicou que cerca de quatro mil pessoas, entre policiais e seus familiares -entre eles ao redor de 300 crianças- ocupam a sede da Assembleia Legislativa da Bahia.
"À força não vão conseguir o fim da greve nem do movimento", sentenciou.
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