A 6ª Cúpula das Américas terminou neste domingo, em Cartagena das Índias, sem resultados substanciais e nem mesmo uma declaração final, tão grande foram as divergências entre os países participantes.
Em vez disso foram divulgados apenas três comunicados sobre os principais pontos da reunião. Para o anfitrião, o presidente colombiano Juan Manuel Santos, a reunião não foi um fracasso. "O fato de não haver uma declaração final não significa um fracasso da cúpula. Ao contrário: o fato de termos debatido os temas é um sucesso", comentou o colombiano.
De fato, os 31 chefes de estado debateram temas controversos com uma sinceridade raramente vista. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ouviu pacientemente as numerosas críticas vindas dos países latino-americanos, por exemplo sobre o tema Cuba. Apenas o Canadá apoiou os EUA; todos os demais países se manifestaram contra a política de embargo à Cuba.
EUA exigem reformas em Cuba
"Pela primeira vez a maioria dos países expressou sua posição, afirmando 'nós queremos que Cuba participe das futuras cúpulas'. Isso tem um peso político importante. Isso nunca aconteceu antes e deve iniciar uma série de aproximações que, oxalá, vão permitir que teremos Cuba na próxima cúpula. Mas isso é um processo", argumentou Santos.
"Pela primeira vez a maioria dos países expressou sua posição, afirmando 'nós queremos que Cuba participe das futuras cúpulas'. Isso tem um peso político importante. Isso nunca aconteceu antes e deve iniciar uma série de aproximações que, oxalá, vão permitir que teremos Cuba na próxima cúpula. Mas isso é um processo", argumentou Santos.
Obama já havia deixado claro antes do início da cúpula que os EUA são contra a futura participação de Cuba no encontro. Para o presidente, primeiramente o país comunista precisa criar estruturas e processos democráticos, como eleições livres. Essa atitude impediu uma declaração final conjunta, já que muitos países, como a Bolívia, condicionaram sua assinatura a uma posição pró-Cuba.
O presidente boliviano, Evo Morales, disse ter dúvidas de que uma nova Cúpula das Américas venha a ocorrer. Para ele, não é possível que um país seja contra a participação de Cuba. "Isso obriga os países latino-americanos e do Caribe a se unirem, como uma outra OEA, sem os Estados Unidos. Estou convencido de que há uma rebelião contra as imposições do governo dos Estados Unidos".
Tema drogas segue na agenda
A legalização e descriminalização das drogas, tema exigido por alguns países da América Central, também foi um tema discutido abertamente na reunião. Mas também nesse ponto não se chegou a uma conclusão. Segundo o presidente colombiano, o tema permanecerá na agenda.
A legalização e descriminalização das drogas, tema exigido por alguns países da América Central, também foi um tema discutido abertamente na reunião. Mas também nesse ponto não se chegou a uma conclusão. Segundo o presidente colombiano, o tema permanecerá na agenda.
"Encarregamos a OEA de verificar se a atual política contra drogas está funcionando, que resultados está obtendo, se há alternativas mais eficazes e menos caras. Nós iniciamos a discussão, o que é um passo importantíssimo", comentou o presidente colombiano.
A próxima Cúpula das Américas está marcada para ocorrer daqui a três anos, no Panamá. Diante da grande divergência de opiniões, ainda não se sabe se ela de fato vai acontecer.
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