terça-feira, 1 de maio de 2012

DIREITO DE NÃO CALAR



Gostaria que por causa desses meus artigos Vossas Excelências vereadores de Apuiarés, não me tivessem como inimigo. Não o sou e não tenho motivos para sê-lo. Acho que as melhores e mais construtivas críticas são aquelas que partem de lugares e de pessoas cujas pretensões não são suspeitas. Essas críticas costumam beneficiar muito mais do que os bajulos de palavras interesseiramente agradáveis.

É verdade que nos meus artigos anteriores fui por demais duro e/ou deseducado em minhas palavras, mas em nenhum momento ofendi a honra de quem quer que seja com mentiras, se ofendi alguém foi com verdades, se utilizei palavras duras foi para expressar toda a indignação não só minha, mas de toda uma categoria. Tudo que escrevi, é o que a grande maioria dos colegas pensa e gostaria de dizer, mas não podem por motivos que todos já conhecem.

Outro ponto que não pode ser ignorado, e pelo que ouvi de alguns nobres vereadores está sendo, é que os meus artigos provocam apenas discussões no mundo das ideias e em nenhum momento apresenta nada pessoal, não critico pessoas, critico suas atitudes, não tenho nada contra a pessoa de nenhum dos nobres vereadores muito pelo contrário. O que sou contra e sempre serei é com determinadas atitudes que Vossas Excelências os vereadores tomam que prejudica toda uma categoria.

A seção da câmara de vereadores de Apuiarés na noite da sexta-feira 27 de abril de 2012 foi muito mais tranquila que a da sexta-feira 20 de abril e teria sido muito mais se não fosse meus dois artigos anteriores. E nem foi a minha indignação contida neles que motivou toda a discussão, mas apenas meia dúzia de palavras duras, que escrevi propositalmente, para provocar a discussão. E elas cumpriram muito bem o seu papel. Do contrário, tudo que aconteceu na noite do dia 20 de abril já teria sido esquecida, o que por sinal devia ser o desejo da maioria dos vereadores.

Vossa Excelência o vereador Edmundo apresentou para os colegas algumas partes dos meus artigos, e aqui quero criticar mais uma atitude repulsiva do nobre vereador, ao pinçar apenas as partes que lhe interessavam e as colocar fora de contexto ele demonstra interesse em distorcer os fatos. Se ele queria mostrar para os colegas de casa, deveria ter feito a leitura dos artigos na íntegra. O fato de ler apenas partes dos artigos prejudicou seus próprio colegas que não os leram e acabaram fazendo interpretações equivocadas e tirando conclusões precipitadas.

Não sei porque tanta indignação pelo que publiquei aqui, Vossa Excelência o vereador Zé Augusto também publicou em seu site (apuiares.com) um artigo em quem ele também usa palavras duras e ninguém falou nada. Por que será que só as palavras do professor são questionadas? Só gostaria de saber onde está escrito que professor não pode expressar o que pensa sem que seja retaliado?

Ser acusado de desmoralizar todo um poder como falou Vossa Excelência o vereador Cel. Tadeu em seu discurso, considero um absurdo. Por isso questiono: o que poderia desmoralizar mais um poder se não o fato de este poder votar a redução dos salários da maioria dos professores em cerca de 10%, mudando uma lei que este mesmo poder aprovou em 2009? Ou até mesmo o fato de tal poder em mais de 2 anos não ter votado leis complementares ao plano de cargos, carreiras e salários do magistério? Aqui me sinto no direito de questionar se Vossa Excelência o vereador Cel. Tadeu tem conhecimento deste fato?

Portanto, se fatos tão importantes não são motivos para desmoralizarem um poder e uma casa tão digna de respeito, não seriam algumas palavras duras, mas verdadeiras, de um “pseudo professor” como também coloca em seu discurso Vossa Excelência a vereadora Cristina, que seria motivo de desmoralização?
Em seu discurso Vossa Excelência o vereador Cel. Tadeu interpreta a minha colocação “para encher linguiça” como se eu os tivesse chamando de “enchedores de linguiça”, na realidade a interpretação correta deveria ser “menos importantes”. Até porque muitos políticos brasileiros não são dignos de serem comparados a qualquer trabalhador brasileiro.

Ser chamado “de pseudo professor” pela Vossa Excelência a vereadora Cristina não me magoou nem um pouco, pois a nobre vereadora nem deve saber o que é ser professor.
Na realidade ela tirou conclusões precipitadas, usando apenas partes dos artigos apresentadas fora de contexto pelo seu o nobre colega vereador Edmundo. Em seu discurso a nobre vereadora afirma que “ que eu seria um pseudo professor, pois também sou contratado do estado”, só que se ela tivesse feito a leitura dos meus artigos não teria chegado a conclusões inverídicas. Em meu artigo nem falo em professores contratados muito menos que eles seriam pseudo professores. Agora se é a nobre vereadora que tira suas conclusões do que ouviu falar, eu questiono Quem será digno de usar o termo “PSEUDO”?

A indagação da nobre vereadora em seu discurso, “...que tipo de professor é esse...? Eu respondo com alguns questionamentos:
Com que propriedade diria aos alunos que eles podem superar sua situação social, se eu não ganho o suficiente para me manter com dignidade? Qual exemplo darei ao aluno de lutar por seus direitos se eu me curvo ao prefeito que não quer pagar o que é devido por lei?

Para encerrar deixo para reflexão de todos uma frase do Pe. Nilo Luza, retirada do Jornal O DOMINGO de 29 de abril de 2012. “Infelizmente encontramos (…) maus pastores ou maus administradores em nossas comunidades e na sociedade. São os mercenários, que se preocupam apenas consigo mesmos; não têm interesse pela vida do povo; buscam o próprio proveito; nas dificuldades, jamais aceitam se sacrificar. O mercenário está interessado no salário e no lucro e não na vida das pessoas. Ele instrumentaliza as pessoas para o bem de si mesmo – às vê e valoriza enquanto lhe são “úteis””.



P.S.: O tratamento respeitoso de "Vossa Excelência" e “Nobre” é mera convenção pois segundo minha assessoria jurídica uso de outras palavras poderia ser motivo para que eu seja interpelado judicialmente.

Artigo escrito pelo Professor Valdeny Santos de Apuiarés - Ceará


http://educadeny.blogspot.com.br/2012/05/direito-de-nao-calar.html

COMENTÁRIO

Aqui está a coragem de quem não se deixa abater por aqueles que não suportam a verdade, a crítica. Sempre que alguém resolve não concordar com essas corjas espalhadas pelo Brasil a fora, é tido como subversivo. Mas, Valdeny Santos de Apuiarés, bem como eu Valdeni Cruz, Também de Apuiarés,  não mais vivendo nele, e outros, não aceitamos tais desmandos. 
Fiquem certos, tantos os vereadores de Apuiarés, quanto os daqui de Pentecoste, como os de qualquer outro lugar, o cerco está se fechando e para aqueles que desprezam o povo, seus dias estão contados no poder público. O povo custa a aprender mais aprende e ele está aprendendo. Quem sabe já não seja nesta eleição de agora que já será dado o troco?  Vamos esperar e ao mesmo tempo, já conclamamos a todos os cidadãos de bem a darem o troco a estes que pensam que são donos do mundo. Vamos mostrar que, de fato, moramos num país decente e democrático. (Prof.: Valdeni Cruz, Pentecoste- Ceará - valdenycruz.blogspot.com)


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