terça-feira, 18 de outubro de 2011

Procurador investigará denúncias de desvio na pasta do Esporte


BRASÍLIA (Reuters) - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta terça-feira que investigará as denúncias de desvio de recursos públicos contra o Ministério do Esporte e contra o titular da pasta, Orlando Silva.
Reportagem da revista Veja no último fim de semana trouxe denúncias de que haveria um esquema de desvio de recursos destinados ao programa Segundo Tempo, dirigido pela pasta, por meio de convênios com organizações não-governamentais.
"Nós estamos examinando isso (as denúncias) para que então iniciemos a investigação", disse Gurgel a jornalistas em Brasília.
O anúncio de que as denúncias serão investigadas pelo Ministério Público foi feito após a Procuradoria Geral da República receber três representações pedindo a apuração das acusações, uma delas protocoladas pelo próprio ministro.
Os líderes do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), e do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), também pediram à PGR a investigação.
"(Se) é verdade o que se alega, com base naquela pessoa que prestou as informações, nós teríamos sem dúvida nenhuma prática de crime. Agora, o que é preciso se verificar é se isso é verdade ou não, se isso procede ou não. O ministro nega peremptoriamente", acrescentou.
O autor das denúncias é o policial militar João Dias Ferreira, identificado pela revista como militante do PCdoB, mesmo partido de Silva. Segundo ele, as ONGs que firmam convênios com o ministério no âmbito do programa só recebem os recursos após pagamento de até 20 por cento do valor do contrato a pessoas ligadas ao partido.
O policial militar teria dito à Veja, inclusive, que o ministro recebeu pessoalmente dinheiro oriundo do esquema na garagem do ministério.
Orlando Silva, encarregado no governo Dilma pelos preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014 e pela Olimpíada de 2016 no país, voltou a rejeitar nesta terça-feira as denúncias, durante depoimento em audiência conjunta de duas comissões da Câmara.
"Até aqui esse desqualificado falou. Não provou, porque não tem prova", disse o ministro.
"Quem tem prova dos malfeitos feitos por ele sou eu, e estão aqui", disse o ministro ao mostrar documentos referentes a convênio firmado com uma entidade dirigida por João Dias e que não teria sido cumprido.
O ministro afirma que as denúncias do policial militar são uma represália pelo fato de o ministério ter rompido o convênio e reivindicado a devolução dos recursos enviados.
Quatro ministros do governo Dilma já deixaram seus cargos em meio a denúncias de irregularidades --Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo).
(Por Jeferson Ribeiro em Brasília e Eduardo Simões em São Paulo)

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