ALTA EM DEZEMBRO
06.01.2012
A variação da cesta básica no ano passado foi a menor desde 2009, quando houve deflação de 10,32%
Pelo segundo mês consecutivo, o preço da cesta básica em Fortaleza voltou a subir. Em dezembro de 2011, a elevação mensal de 4,25% fez com que um trabalhador desembolsasse R$ 215,21, para adquirir o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica da Capital cearense. Este valor é o 5º menor do País, enquanto a variação mensal foi a terceira maior. No acumulado do ano, a inflação nos produtos da alimentação essencial foi de 4,65%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor de R$ 215,21 da cesta básica no último mês do ano passado, considerando o valor do salário mínimo vigente no País (R$ 545), indica que o trabalhador precisou despender 86 horas e 52 minutos de sua jornada de trabalho mensal para comprar os itens de alimentação.
O gasto com alimentação de uma família padrão, composta por dois adultos e duas crianças, somou R$ 645,63.
Produtos
A inflação no preço da cesta básica em dezembro foi influenciada pela alta de dez itens, sendo que as maiores elevações de preços foram puxadas pela banana (11,46%), tomate (9,95%) e carne (4,51%), ante novembro. De janeiro a dezembro, frente a igual período de 2010, os produtos da cesta básica que mais encareceram foram tomate (20,77%), café (19,53%) e leite (8,82%). Nos 12 meses, os produtos que sofreram maior redução no preço foram feijão (-10,28%), farinha (-6,74%), e açúcar (-2,40%).
No País
No País, dentre as 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a pesquisa, três apresentaram alta acima de 10%. As maiores elevações foram apuradas em Vitória (13,80%), Belo Horizonte (11,75%) e Florianópolis (10,20%). Em Natal, a variação acumulada foi negativa (-3,38%). Em dezembro, houve recuo em Florianópolis (-2,28%), Curitiba (-1,8%), Porto Alegre (-0,99%), Manaus (-0,98%) e Brasília (-0,5%). Nas outras 12 cidades os preços subiram. Os maiores aumentos foram em Goiânia (5,58%) e Vitória (4,35%).
Salário mínimo
Na média das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir uma jornada de 97 horas e 22 minutos, em dezembro de 2011. Em novembro, a mesma aquisição demandava cerca de uma hora a menos, ficando em 96 horas e 13 minutos. Já em dezembro de 2010, o tempo médio de trabalho necessário correspondia a 98 horas e 11 minutos.
Em dezembro de 2011, o custo da cesta representava 48,11% do mínimo líquido.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
2012 não terá flutuações significativas
A expectativa com relação à cesta básica para 2012 é, em princípio, que haja uma tendência de alta no 1º semestre por conta das chuvas e estabilidade no segundo semestre, voltando a aquecer no fim de ano por conta do aumento do consumo com as festividades. Nada indica flutuações significativas para o ano. A variação de 4,65% em 2011 causa apreensão em relação a alguns itens, como a carne. Com um aumento mensal de 4,51%, a carne foi o índice que mais subiu, de 2007 até hoje. Em 2011 teve um pico, voltou a cair, e de novembro em diante voltou a subir. É o item que pesa mais na cesta e tem um impacto grande no consumo, principalmente, da baixa renda. Outro produto com muita volatilidade e pico foi o tomate, embora, tenha registrado queda significativa no segundo semestre, mas voltou a subir agora. O pão vem numa trajetória de elevação de preços, o que deveria registrar baixa com o câmbio depreciado. O dólar não está encarecendo o produto, mas este sobe no mercado interno. O feijão, que nos anos de 2007 e 2008 foi o vilão da cesta básica, teve um pico de julho de 2010 a março de 2011. Agora, apresentou tendência de queda e estabilizou. A banana, vem desde julho em queda. Arroz e açúcar estabilizaram.
Supervisor do Dieese
ÂNGELA CAVALCANTE/CAROL DE CASTROREPÓRTERES
Fonte: Diário do Nordeste
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