Parlamentares lamentam e criticam as declarações do chefe de gabinete do Estado, Ivo Gomes, sobre o Governo ter sido pego de surpresa pela greve da PM
As declarações do chefe de gabinete do Governo, Ivo Gomes, publicadas com exclusividade pelo O POVO ontem, despertaram reação negativa de parlamentares. Ao dizer que o Governo foi surpreendido pela greve da Polícia Militar, Ivo Gomes, na opinião dos deputados, teria subestimado a capacidade daqueles que vivenciam a gestão do governador Cid Gomes (PSB).
“Tenho pelo Ivo Gomes respeito extremo, mas a declaração dele foi desastrosa, dentro desse perfil que ele tem, de analisar os fatos com muito rigor. Eles estão querendo tapar o sol com a peneira. Não venham com desculpa de que não sabiam”, critica o deputado estadual Heitor Férrer (PDT).
Ele afirma que já existia a mais clara evidência da insatisfação dentro da Polícia, da indignação sobre o salário vil que lhes era pago. “E essa aposta na hierarquia e na disciplina, somente isso, não iria conter essa explosão, e que governo nenhum deve esquecer o dia 3. Tem que estar sempre na mente do governo e da sociedade de que serviços essenciais têm que ser tratados com dignidade”, enfatizou.
Para Férrer, a “prioridade das prioridades” do governador é segurança pública e ele vem investindo apenas em equipamentos físicos e maquinário, “esquecendo-se completamente do homem”.
Piada
Já o deputado estadual Fernando Hugo (PSDB) afirma que Ivo Gomes, ao dizer que o governo não sabia da insatisfação dos militares, está mais para humorista do que para secretário do Governo. “Essa declaração é uma péssima piada de humor sádico”, disse.
Na opinião dele, essa data, 3 de janeiro, é a mais negra da história política, administrativa e socioeconômica do Estado do Ceará. “Será que o Ivo Gomes também nem tá sabendo que a Polícia Civil também esteve em greve e agora continua em greve? É bom você lembrá-lo, porque ele pode estar amnético”, ironizou.
O deputado federal Artur Bruno (PT), por sua vez, afirmou ver com naturalidade que o Governo mantenha o secretariado. “Cabe ao governador avaliar seu secretariado, as pessoas em quem ele tem confiança. Acho natural que o governador mantenha as pessoas, se ele considera que é bom para o Estado e para seu governo”, disse Bruno.
ENTENDA A NOTÍCIA
No dia 3 de janeiro, a população viveu um dia de pânico. Com a greve da PM, o Estado ficou sem policiamento. O medo e os boatos sobre arrastões principalmente na Capital obrigaram cidadãos a não saírem de casa. O comércio fechou as portas mais cedo.
Lucinthya Gomes
lucinthya@opovo.com.brFonte: O POVO
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