BRASÍLIA, 22 Mai (Reuters) - O empresário Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, compareceu nesta terça-feira à CPI que investiga as
ligações que manteve com políticos e empresários, e logo no início de
seu depoimento anunciou que não falará nada à comissão.
"Estou aqui como manda a lei para responder o que for necessário
e, constitucionalmente, eu fui advertido pelos advogados para não dizer
nada", afirmou.
Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar uma rede de
jogos ilegais, motivou a CPI mista instalada no mês passado e seu
depoimento estava sendo aguardado desde a semana passada.
O empresário deveria ter ido à CPI no dia 15, mas seu depoimento
foi suspenso após decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que
atendeu a um pedido da defesa que argumentou não ter tido acesso ao
material sobre Cachoeira.
O empresário anunciou que não falaria atendendo a orientações de
seus advogados. Ele alegou que só responderia às perguntas dos
parlamentares após uma audiência no processo que responde na Justiça.
"Eu não falarei nada aqui, somente depois da audiência que nós
vamos ter no juiz que, se por ventura achar que eu deva contribuir, pode
me chamar que eu virei para falar", acrescentou.
Diante das negativas de Cachoeira em responder aos
questionamentos, os parlamentares chegaram a propor uma sessão fechada,
mas o empresário disse que nem assim responderia às perguntas.
"Estou respondendo a um inquérito na Justiça e antes disso eu não
quero falar ... não vou falar", reiterou o empresário que lembrou que
seus advogados pediram a marcação de uma data diferente para o
depoimento. "Quem forçou isto (o depoimento) foram os senhores."
O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), abriu mão de
interrogar Cachoeira e o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB), abriu para as perguntas dos demais membros.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)
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