Dízimo, do latim “decimus” décima
parte de algo. De suas origens aos dias
de hoje muitas coisas mudaram. Nas sagradas escrituras a primeira menção do
dízimo é voluntária. No livro de Gênesis, capítulo 14, Abrão depois de uma
guerra "deu o dízimo de tudo" a um sacerdote chamado Melquisedeque.
Abrão passa a se chamar Abraão. Houve continuidade dessa contribuição de forma
voluntária através de Jacó, que veio a se chamar Israel.
Entretanto depois de muitos anos,
na era de Moisés o pagamento do dízimo sofre sua primeira alteração (Levítico
27) deixando de ser voluntário. Logo se torna um tributo. Do imposto relatado
em Deuteronômio 14 podemos ver alguns aspectos que não eram mostrados no livro
primeiro livro que trata da lei mosaica -- ressalta-se um fato interessante a
cada três anos os dízimos recolhidos serviam para fins comunitários, auxílio
aos menos favorecidos.
É comum ouvirmos alguns líderes
evangélicos afirmarem que a não devolução do dízimo é “roubo” – que os fiéis
estariam roubando a Deus, tendo como consequência a maldição. Tais declarações
impactantes são baseadas na leitura de Malaquias 3: 8-10. Passagem em que o
profeta retrata o descaso do povo de Israel com seus costumes religiosos e
culturais. Entretanto no campo teológico há diversos textos que tratam das
questões que envolvem o pagamento do dízimo.
Nos dias de hoje surgem muitos
debates em torno dessa obrigatoriedade, inclusive, como norma de fidelidade.
Onde os fiéis devem entregar 10% de sua renda bruta à igreja. Nesse contexto a
sociedade fica confrontada com um sistema religioso capitalista.
De certa forma muitos passam a
acreditar que as benções do Deus de Abraão podem ser garantidas por meio de
contribuições financeiras. Contribuições essas que na maioria das vezes deixam
de ser usadas no contexto social citado acima.
Não podemos negar que há muitas igreja que pedem, mas onde está a ajuda
ao necessitado?
Nosso propósito não é provocar
embates sobre a obrigatoriedade do dízimo, mas contribuir conforme orientação
do apostolo Paulo (Romanos 12:2) – para os que não se conformam com o mundo
cada vez mais capitalista e individualista.
Afinal nos tempos modernos o que
estamos vendo imperar com tais recursos retirados dos fiéis? Se não um “show da
fé” e surgimento de novos impérios materiais que são construídos a custa dos
mais sacrificados.
Por: Washington Luiz - Jornalista
e Teólogo | via Sapipa Informativo
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