sexta-feira, 11 de maio de 2012

Caso Cachoeira - 81 autoridades são citadas em escutas da PF


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O delegado Matheus Mella Rodrigues citou o nome de autoridades, desde vereadores até a presidente da República, Dilma Rousseff
FOTO: FOLHA PRESS
Nos diálogos, o nome do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, foi citado 237 por pessoas envolvidas

Brasília. O delegado Matheus Mella Rodrigues afirmou ontem, na sessão reservada da CPI do Cachoeira, que durante as interceptações telefônicas feitas na Operação Monte Carlo há 81 autoridades com foro especial citadas nas conversas. Na lista, constam vereadores, deputados federais e estaduais, senadores, secretários de Estado, ministros do Supremo Tribunal Federal e até a presidente Dilma Rousseff.

Na sua exposição, o delegado também disse que foram interceptadas com autorização judicial 260 mil ligações, das quais 17 mil consideradas pela PF como importantes para a investigação. Houve ainda 4 mil ligações fortuitas, quando surgem pessoas que originalmente não tem vinculação direta com os fatos sob apuração.

Nos diálogos, o nome do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, foi citado 237 por pessoas envolvidas no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. A Monte Carlo levou à prisão Cachoeira e seu grupo no final de março. O investigador disse que, em apenas duas ocasiões, Perillo aparece conversando diretamente com Cachoeira.

"Fazendo uma figura de linguagem: o que dá para entender é que o governador de Goiás era o Cachoeira", afirmou o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ).

"O fato de existirem essas ligações não querem dizer nada", afirmou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Ele disse, que, embora acredite que tenha havido "promiscuidade" de integrantes do governo de Goiás com o grupo do contraventor, é necessário avaliar a conveniência de convocar autoridades para não perder o foco das investigações.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que o Carlinhos Cachoeira recebia 30% do faturamento mensal da quadrilha de jogo ilegal investigada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), voltou a cobrar, ontem, do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, explicações para o fato dele não ter denunciado o senador Demóstenes Torres.

Pescadores

Já o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que vê relação entre as críticas feitas a Gurgel, e o julgamento do mensalão. "São pescadores em águas turvas, pessoas que estão querendo misturar estações para tirar proveito, inibir as ações de órgãos", disse.

Ontem, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), desprezou insinuações de que haja uma crise com Gurgel e disse que qualquer cidadão investido de poder público precisa prestar esclarecimentos ao Legislativo. "O procurador pode escolher a forma de fazê-lo, por via escrita ou oral", disse o deputado.

Fonte: Diário do Nordeste

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