DOM HENRIQUE SOARES DA COSTA
Morte
é tudo aquilo que nos nega, que nos contrista. Morte é cada tristeza, cada
renúncia, cada derrota, cada decepção, cada perda, cada separação, cada medo,
cada solidão, cada lágrima derramada, cada fracasso. Morte é, enfim, a morte do
termo da nossa vida.
E
temos medo da morte. Pelamo-nos de medo! A ânsia que temos de viver é tamanha,
que pensamos, iludidos, que a vida está em nossas mãos, que é nossa de modo
absoluto e, assim, devemos fazer tudo do nosso modo para escapar das
experiências negativas e dolorosas, custe o que custar...
E,
nesta ilusão, quebramos propósitos, rompemos compromissos, transgredimos
preceitos do Senhor, esquecemos o próprio Deus, e pensamos, e dizemos, e
gritamos: “Tenho que ser feliz, tenho o direito de ser feliz, o único que importa
é ser feliz do meu jeito!” O homem tem tanto medo das mortes, que rouba,
corrompe, mente, mata, manipula, usa os demais, engana, engana-se... Tudo para
levar a melhor, tudo pela ilusão de ser feliz do seu modo e na sua medida...
Assim, pelo medo da morte, ilude-se, escravo de si e do seu pecado, escravo da
ilusão que aquele que é Sedutor deste o princípio lhe oferece, como no Jardim
do Paraíso...
Por
medo de morrer as mortes da vida, terminamos por cair na morte da escravidão de
nós mesmos, do nosso pecado. Bem que Jesus nos previne: “Quem quiser salvar a
sua vida, vai perdê-la” (Mt 16,25).
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