Segundo uma pesquisa, em cinco anos, uma parcela maior da população se convenceu de que não basta só polícia para diminuir a criminalidade.
A forma como os brasileiros enxergam os problemas de segurança pública está passando por uma transformação. Em cinco anos, uma parcela maior da população se convenceu de que não basta só polícia para diminuir a criminalidade. Os dados foram colhidos em uma pesquisa nacional encomendada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro.
A favela pacificada da Cidade de Deus agora tem presença permanente da polícia. Mas será que isso basta?
“Não basta a polícia”, opina um homem.
“Acho que o importante é ocupação, de dar uma força para a criança, para o adolescente, e manter eles ocupados mesmo”, opina a dona de casa Letícia Machado De Jesus.
Parece que cada vez mais gente pensa assim. É o que revela uma pesquisa da Federação do Comércio do Rio feita em 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas do país e no Distrito Federal.
O brasileiro ainda quer mais policiais nas ruas. Ainda espera mais integração entre as forças federais, estaduais e municipais. Quanto a isso, não houve grande mudança. A principal diferença entre as respostas de cinco anos atrás e as de hoje tem relação a outras medidas que também podem ajudar, como nas áreas de educação e trabalho, por exemplo. Agora, mais pessoas acham que não basta ter polícia para ter segurança.
Ao todo, 71% das pessoas disseram que a melhor forma de combater a criminalidade é com mais atenção para as condições de vida da população; em moradia, saúde, educação e emprego - um índice bem maior do que em 2007.
“Forças repressivas continuam no imaginário da população. A população brasileira considera que a repressão é fundamental como estratégia de combate à criminalidade, mas avançou em cinco anos a ideia de que é preciso ir além disso: ações estruturais, ações sociais, programas para as crianças nas escolas”, analisa o coordenador da pesquisa Christian Travassos.
Orlando Muniz é policial militar, mas acha que é como professor de futebol de comunidades pobres que mais ajuda a combater a violência.
“Depois que eles estão aqui no projeto, o rendimento escolar melhorou, o comportamento. Nós estamos aqui empenhados em botar essas crianças para trilhar o caminho do bem”, conclui.
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