quinta-feira, 29 de março de 2012

A história de uma Santa que amou a Deus com todas as suas forças "Santa Teresa D’ávila" (1515/1582)


   Por:     Em: 25 de maio de 2008

Se crê que a palavra Teresa vêm da palavra grega “Terise”, que quer dizer “cultivar”, cultivadora. Ou da palavra “terao” que significa “caçar”, “A Caçadora”. Nas palavras do Padre Salesman, resumem a vida de Santa Teresa: “Cultivadora de virtudes e Caçadora de almas para leva-las ao céu.”
Santa Teresa é sem dúvida, uma das mulheres mais notáveis e admiráveis da história, é uma das três doutoras da Igreja ao lado de Santa Catarina de Sena e Santa Teresinha do Menino Jesus. Além de sua santidade, dons espirituais e místicos, a Santa possuía um grande senso de humor.
Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu em Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza espanhola, no dia 28 de março de 1515 e morreu em Alba de Tormes, Salamanca, no dia 4 de outubro de 1582. Seus pais se chamavam Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila y Ahumada. Teresa refere-se a eles com muito carinho. Alonso teve três filhos de seu primeiro casamento. Beatriz deu-lhe outros nove. A respeito de seus irmãos e meio-irmãos, nossa Santa não hesita em afirmar:“pela graça de Deus, todos se assemelham a meus pais nas virtudes, exceto eu”.
Aos sete anos, gostava muito de ler histórias dos santos. Seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna.

Desejo de ser mártir.

Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo.

Em Adaja encontraram um dos tios que os devolveu aos braços da aflita mãe. Quando esta os repreendeu, Rodrigo colocou toda a culpa na irmã. Com o fracasso de seus planos, Teresa e Rodrigo decidiram viver como ermitães na própria casa e construíram uma cela no jardim, sem nunca conseguir terminá-la. Desde então, Teresa amava a solidão. Em seu quarto tinha um quadro que representava Jesus falando à Samaritana. Ela gostava de repetir diante do quadro: “Senhor, dá-me de beber para que eu não volte a ter sede”.

Toma a Virgem Maria por Mãe.

A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha quatorze anos: “Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então me dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha”.

O perigo das más leituras e das modas.  

 Pela aquela época, Teresa e Rodrigo, começaram a ler novelas de cavalarias e inclusive trataram de escrever uma. A Santa confessa em sua “Autobiografia”: “Esses livros não fizeram esfriar meus bons desejos, mas fizeram-me cair insensivelmente em outras faltas. Gostava tanto das novelas de cavalaria, que só me contentava quando as estava lendo. Pouco a pouco, comecei a me interessar pela moda, a tomar gosto por vestir-me bem, preocupar-me muito  com o cuidado das mãos, a usar perfumes e  a empregar todas as vaidades que o mundo aconselhava a pessoas de minha condição”.  A mudança de atitude de Teresa preocupou seu Pai que a levou aos quinze anos a educar-se em um Convento Agostino, em que estudavam as jovens de sua classe social.

Enfermidade e Conversão

Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu seu pai a levou para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa que a atraia por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das “Cartas” de São Jerônimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. Temendo fraquejar em seu propósito, a santa foi visitar escondidamente sua amiga Joana Suárez, que era religiosa no convento Carmelita da Encarnação, em Ávila, com a intenção de não voltar para casa.
Teresa ficou no convento da Encarnação. Tinha 20 anos. Seu pai, ao vê-la tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação. Um ano depois fez a profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma enfermidade que começara a molestá-la antes de professar. Seu pai a retirou do convento. A irmã Joana Suárez acompanhou Teresa para ajudá-la. Os médicos, apesar de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade, provavelmente impaludismo, se agravou. Teresa conseguiu suportar aquele sofrimento, graças a um livrinho que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro: “O terceiro alfabeto espiritual”, do Pe. Francisco de Osuna. Teresa seguiu as instruções da pequena obra e começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, ela recuperou a saúde e retornou ao Carmelo.
Sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto a levou a descuidar-se da oração mental. Vivia desculpando-se dizendo que suas enfermidades a impediam de meditar.
Pouco depois da morte de seu pai, confessor de Teresa fê-la ver o perigo em que se achava sua alma e aconselhou-a a voltar à prática da oração. Desde então, a santa jamais a abandonou. No entanto, ainda não se decidira a entregar-se totalmente a Deus nem a renunciar totalmente às horas que passava no locutório trocando conversas e presentes com os visitantes. Curioso notar que, em todos estes anos de indecisão no serviço de Deus, Santa Teresa jamais se cansava de prestar atenção aos sermões, “por piores que fossem”, porém o tempo que na oração, “desejava que os minutos passassem rapidamente e que a campainha anunciasse o fim da meditação, em vez de refletir as coisas santas”.

A penitencia e a cruz.

Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com freqüência os grandes santos penitentes, Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois fatos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das “Confissões” de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: “Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro… e desde então muito progredi na vida espiritual”. Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensangüentado na agonia.
Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensangüentado, perguntou: “Senhor, quem vos colocou aí?”Pareceu-lhe ouvir uma voz: “Foram tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa”. Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade.

Viver com fervor

As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os princípios do século XVI, já haviam perdido o primeiro fervor. Já vimos que os locutórios dos conventos de Ávila eram uma espécie de centro de reunião para damas e cavalheiros de toda a cidade. As religiosas saíam da clausura pelo menor pretexto. Os conventos eram lugares ideais para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram muito numerosas. O Convento da Encarnação possuía 140 religiosas.
Teresa comentará: “A experiência me ensinou o que é uma casa cheia de mulheres. Deus nos livre deste mal“. Já que esta situação era aceita como normal, as religiosas não se davam conta de que seu modo de vida estava muito distante do espírito de seus fundadores. Assim, quando uma sobrinha de Santa Teresa, também religiosa no convento da Encarnação, deu-lhe a idéia de fundar uma comunidade reduzida, a santa considerou este pensamento como uma revelação do céu. A Santa, que já estava há 25 anos naquele convento, resolveu colocar em prática o plano de fundar um convento reformado. Dona Guiomar de Ulloa, uma viúva rica, ofereceu-lhe uma generosa ajuda para este empreendimento.
São Pedro de Alcântara, São Luís Beltrán e o bispo de Ávila, aprovaram o projeto. O provincial dos Carmelitas, Pe. Gregório Fernández, autorizou Teresa a colocar seu plano em prática. Contudo, a execução do projeto causou muitos comentários e o provincial retirou a permissão. Santa Teresa foi criticada pelos nobres, pelos magistrados, pelo povo e até por suas próprias irmãs. Apesar disso tudo, o dominicano Pe. Ibañez, incentivou Teresa a prosseguir seu projeto com a ajuda de Dona Guiomar.
Dona Joana de Ahumada, irmã de Santa Teresa, iniciou com seu esposo a construção de um convento em Ávila em 1561, mas fazendo crer a todos que se tratava de uma casa para sua própria habitação. Durante a construção, uma parede do futuro convento caiu sobre o pequeno Gonzalo, filho de Dona Joana, que estava brincando por ali. Santa Teresa tomou o menino inerte em seus braços e começou a rezar. Alguns minutos depois o menino estava perfeitamente são, conforme consta do processo de canonização.
Em 1562. Durante a missa receberam o véu a sobrinha da Santa e outras três noviças.
Teresa estabeleceu em seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas “descalças”) e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Mais tarde, nos conventos que possuiam alguma renda, aceitou que residissem vinte monjas.
A grande mística Teresa não descuidava das coisas práticas. Sabia utilizar as coisas materiais para o serviço de Deus. Certa ocasião disse: “Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma fortaleza; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência”.
Encontrou certo dia em Medina del Campo dois frades carmelitas que estavam dispostos a abraçar a Reforma: Antonio de Jesus de Heredia, superior, e Juan de Yepes, que seria o futuro São João da Cruz. (grande místico e doutor da Igreja).
Sem dúvida, era uma mulher excepcionalmente dotada. Sua bondade natural, sua ternura de coração e sua imaginação repleta de graça, equilibradas por uma extraordinária maturidade de juízo e uma profunda intuição, ganharam-lhe o carin ho e o respeito de todos. Teve razão o poeta Crashaw ao referir-se a Santa Teresa sob os símbolos aparentemente opostos: “a águia” e “a pomba”.
O forte gênio e a franqueza de Teresa jamais saíram das medidas. Numa ocasião um cavalheiro indiscreto louvou a beleza de seus pés descalços. Teresa começou a rir e disse-lhe para olhá-los bem porque assim jamais quereria vê-los.

Êxtases

Em alguns de seus êxtases, conforme sua autobiografia, chegava a se elevar por um metro do chão. A  este propósito comenta: “Deus não parece contentar-se com arrebatar a alma para Si, se não que levanta também este corpo mortal, manchado com o barro asqueroso de nossos pecados”. Estes êxtases manifestavam a grandeza e a bondade de Deus, o excesso de seu amor, e doçura que manifestava nas mais sensíveis circunstâncias.  A alma de Teresa compreendia dom clareza, mas ainda era incapaz de expressar-lo.  As experiências de Teresa chegaram aos níveis mais elevados culminando no fenômeno místico da Transveberação,  sobre isto relata a Santa:
“Via a meu lado um anjo que se achava a minha esquerda…confesso que não estou acostumada a ver tais coisas, exceto em raras ocasiões… o anjo era de baixa estatura e muito formoso…devia ser uns daqueles que chamamos querubins…Leva nas mãos uma longa espada de ouro, cuja ponta era flamejante. Me parecia que por um momento transpassava meu coração e as estranhas, e quando retirava a espada, parecia que minhas entranhas saiam com elas, me sentia arder, no mais intenso amor de Deus. A dor era tão intensa que me fazia gemer, porém ao mesmo tempo,  a doçura daquele momento era tão extraordinário, que não queria ver-me livre dela”.
O desejo de Teresa de morrer logo para unir-se a Deus, estava sustentado pelo desejo que a inflamava de sofrer por seu amor. A este propósito escreveu: “A única razão que encontro para viver, é sofrer e isso é o único que peço para mim”.
Após sua morte foi feito autópsia no corpo da Santa, e constataram que havia em seu coração uma cicatriz de uma ferida longa e profunda.

Escritora Mística

 A Igreja qualifica de “celestial’ a doutrina ensinada por Santa Teresa. Suas Obras põem a descoberto os rincões mais profundos da alma humana. A Santa explica em seus escritos com muita clareza quase incrível as experiências mais inefáveis da alma.

Visões e Comunicações

Uma vez que Teresa se retirou das conversações  e de outras ocasiões de dissipação e faltas ( os santos são capazes de verem suas faltas). Deus começou a favorece-la frequentemente com orações de quietude e união. Estas orações ocuparam largo período de sua vida, com o gozo e o amor de que são característicos. Tinha Visões e Comunicações Celestiais.

Santa Tereza, a Virgem Maria e São José

Muito devota de São José, a quem invocava como “Protetor das Virgens”, e de nossa Mãe Maria Santíssima, narra assim algumas experiências:
“Eu estava na Igreja do Mosteiro do Glorioso Santo Domingo, pensando nos eventos que me desolava a vida e nos meus muitos pecados, os quais em tempos passados os havia confessado…caí em êxtases profundo. Me sentei e parecia que não podia ver a elevação e ouvir a Missa…via a Nossa Senhora a minha direita e a meu Pai São José  a minha esquerda, vestindo-me com este manto(de grande brancura e explêndor).  Foi me concedido compreender que com este manto estava lima de meus pecados. Quando estive revestida, estava cheia de grande alegria e nossa Senhora parecia me tomar pelas mãos. Ela disse que eu havia recebido estas graças devido a ser boa devota de São José e que podia confiar que meus desejos relacionados ao convento se realizariam, que não deveria temer nenhum fracasso por que eles velariam por nós e que seu Filho prometeu estar conosco e como prova disto iria me dar uma jóia. Então pareceu que ela colocava ao redor de meu pescoço um explendido colar de ouro, que sustentava um crucifixo de muito valor…os vi então subir ao céu com uma multidão de anjos”…
Teve inúmeras experiências com visitas da Mãe de Deus e São José, sobre isso escreve:
“É maravilhoso quão agradável é a nosso Senhor qualquer serviço feito a sua Mãe, e sua misericórdia é grande para os que o fazem”. Certa vez, Jesus lhe revelou, “que um jovem que a santa havia conhecido e que havia morrido em grave perigo de perdição eterna, havia se salvado por que a Santa havia tido compaixão dele por causa de uma boa ação que havia feito pela Virgem Maria ao dar sua casa aos frades carmelitas para um monastério.”
Santa Teresa havia nomeado a Virgem Maria, “Priora Celestial do Convento”, e certa vez teve a divina prova que a Santíssima Virgem aceitara tal nomeação: “ao começo da oração da Salve Rainha, via a Mãe de Deus descer com uma multidão de anjos ao lugar da priora … e disse-lhe: “Fazes bem em colocar-me como priora deste convento, estarei presente quando as irmãs catarem louvores a Meu Filho, e Eu os oferecerei a Ele”.
Dentro de suas muitas perseguições foi chamada de herege, por seus inimigos da Inquisição, Maria Santíssima lhe disse:“Não sofras por que esta causa é minha”.  A Santa escreve que  Nossa Senhora “tem como costume ajudar à aqueles que desejam colocarem-se sobre sua proteção”.

Fundadora

As fundações da Santa não eram simplesmente um refúgio das almas contemplativas, mas também uma espécie de reparação pelos destroços causados nos mosteiros pelo protestantismo, principalmente na Inglaterra e na Alemanha.
Quando já muito debilitada, disse à Beata Ana de São Bartolomeu: “Finalmente, minha filha, chegou a hora de minha morte“. O Pe. Antonio de Heredia ministrou-lhe os últimos sacramentos. Quando o mesmo padre levou-lhe o viático, a Santa conseguiu erguer-se do leito e exclamou: “Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!” Ela morreu nos braços da Beata Ana às 9 horas da noite de 4 de outubro de 1582.
Teresa é uma das personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contém urna doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus no centro do Castelo Interior. Suas cartas no-la mostram absorvida com os problemas mais triviais. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem firmada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: “Morro como filha da Igreja”.
Foi canonizada em 1662.
Tradução e adaptação: José Alexandre Faria.
Mais informações:
“Um favor é receber a graça do Senhor, outro é entender qual o favor e qual a graça, e outro ainda saber entender e explicar como é” ( Vida 17,5)

POESIAS

A própria Santa confessa não ser poeta, mas sabe por experiência que há uma presença de Deus que “desatina e embriaga” e desencadeia a torrente milagrosa dos versos:

O “Castelo Interior” é o ensinamento maior da Autora. Fruto maduro de sua última jornada terrena, reflete o estádio definitivo de sua evolução espiritual e completa a mensagem das obras anteriores, Livro vida e Caminhos da e Caminho.
Primeira morada: entrar no castelo, converter-se, iniciar o trato com Deus (oração); conhecer-se a si mesmo e recuperar a sensibilidade espiritual.



Segunda morada: lutar; o pecado ainda cerca; persistem os dinamismos desordenados; necessidade de ancorar-se numa opção radical; progressiva sensibilidade na escuta da palavra de Deus (oração meditativa).

Terceira morada: a prova do amor. Estabelecimento de um programa de vida espiritual e de oração; manter-se nele; surgimento do zelo apostólico; mas sobrevêm a aridez e a impotência como estados de prova. “Prova- nos, Senhor, que sabes as verdades”.
Quarta morada: brota a fonte interior, passagem à experiência mística; mas a sorvos, intermitentemente: momentos de lucidez infusa (recolhimento da mente) e de amor místico-passivo (quietude da vontade)”.
Quinta morada: morre o bicho-da-seda; a alma renasce em Cristo; estado de união por conformidade de vontades, manifestada especialmente no amor
 Sexta morada: o crisol do amor. Período extático e tensão escatológica. Novo modo de sentir os pecados. Cristo presente. Esponsal místico.
Sétima morada: Matrimônio Místico. Duas graças de ingresso no estado final: uma cristológica, outra trinitária. Plena inserção na ação. Plena configuração a Cristo crucificado. Cristo foi a meta em todo o processo, da primeira à última morada.
Orações de Santa Teresa.
“Fortalecei minha alma, preparando-a primeiro, Bem de todos os bens e Jesus meu, ordenando em seguida os meios para Vos servir, pois já não suporto receber tanto e nada pagar. Custe o que custar, Senhor, não permitais que eu chegue diante de Vós com mãos tão vazias, pois a recompensa será dada de acordo com as obras. Aqui está a minha vida, aqui está a minha honra e a minha vontade; tudo Vos dei, Vossa sou, disponde de mim de acordo com a vossa vontade”. (Vida 21, 5)
“Ó Senhor de minha alma, quem dera que eu tivesse palavras para explicar o que dais a quem confia em Vós e o que perde quem chega a esse estado e fica apegado a si mesmo! Vós não desejais isso, pois fazeis muito mais vindo a uma pousada tão ruim quanto a minha. Bendito sejais por todo o sempre”! (Vida 22, 17)
“Ó meu Senhor, como sois o amigo verdadeiro; és poderoso, quando quereis podeis, e nunca deixais de querer quem Vos quer! Louvem-Vos todas as coisas, Senhor do mundo! Feliz de quem puder percorrer todo o universo para dizer quão fiel sois a Vossos amigos! Todas as coisas faltam; Vós, Senhor de todas elas, nunca faltais. Pouco deixar quem vos ama. Ó Senhor meu! Com que delicadeza, polidez e sabor sabeis tratá-los! Feliz quem tiver se dedicado a amar somente a Vós! Parece, Senhor, que provais com rigor quem Vos ama, para que no extremo do sofrimento possa entender o maior extremo do Vosso amor. (Vida 25, 17)
“Ó Senhor meu, como mostrais que sois poderoso! Não é preciso buscar razões para o que quereis, porque, acima de toda razão natural, fazeis todas as coisas tão possíveis que levais a entender sem nenhuma dúvida que basta amar-Vos de verdade e abandonar com sinceridade tudo por Vós para que, Senhor meu, torneis tudo fácil”. (Vida 35, 13)
“Jesus é bom amigo e generoso capitão. Com Ele presente tudo podemos. Ele é ajuda e dá forças. Nunca falta. É verdadeiro amigo. Deus quer dar-nos os seus favores pelas mãos sacratíssimas de Cristo.” (Vida 22, 6)
* “Deus nunca Se cansa de dar nem se podem esgotar as suas misericórdias; não nos cansemos nós de receber”.(Vida19, 17).
*”Outra coisa não é, a meu parecer, oração mental, senão tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com Quem sabemos que nos ama”(Vida 8, 5).
* Parece-me a mim que se pode regar de quatro maneiras [graus de oração]: ou com tirar água dum poço, que é à custa de grande trabalho; ou com nora e alcatruzes… e é com menos trabalho que estoutro e tira-se mais água; ou de um rio ou arroio, e com isto se rega muito melhor, pois fica mais farta a terra de água e não é preciso regar tão amiúde, e é com muito menos trabalho do hortelão; ou com chover muito, que a rega o Senhor sem trabalho nenhum nosso e é sem comparação muito melhor (Vida 9, 7).
* É por [Nosso] Senhor que nos vêm todos os bens. Ele nos ensinará; pois olhando para a sua vida teremos o melhor exemplo. S. Paulo tinha sempre na sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração. [...] Amor gera amor, por isso, despertemo-nos para amar (Vida 22, 7.14).
* Não consintamos que o nosso coração seja escravo de ninguém senão d’aquele que o comprou com o seu sangue (Caminho de Perfeição 4, 8).
* A nossa alma é como um castelo todo de um diamante ou mui claro cristal, onde há muitos aposentos, assim como no Céu há muitas moradas. Que se bem o considerarmos, não é outra coisa a alma do justo, senão um paraíso onde Deus disse ter suas

José Alexandre Faria: contato@projetocrescer.net

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