Inaugurada há pouco mais de um mês a um custo de R$ 2 milhões, atendimento em unidade de Apucarana irrita usuários
Renan Vallim e Maurício Borges, da Tribuna do Norte - Diário do Paraná
“O atendimento é péssimo. Estou esperando há cinco horas e nem sinal de ser chamada. Ninguém veio aqui falar comigo, ver como eu estava. É muito descaso”, afirma a costureira Lorrana Carvalho, que sentia forte dores no estômago. Ela esperava atendimento sentada no chão do lado de fora do prédio, pois todas as cadeiras na parte interna estavam ocupadas. Pelo menos 10 pessoas estavam na mesma situação, além dos que esperavam em pé.
De acordo com as pessoas da fila, ontem uma gestante chegou a cuspir sangue enquanto esperava. Um senhor também teria caído e batido a cabeça dentro da própria unidade.
O superintendente geral administrativo da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana, Giuliano Silva, explicou ontem que existe acomodação suficiente para atender a demanda de pacientes na UPA. “O que ocorre é que a maioria das pessoas que estão buscando atendimento no local não se enquadra em situações de urgência e emergência médica e aí acaba ocorrendo esse problema”, argumenta Silva.
Diante do cenário de ontem à tarde, com pacientes sentados na calçada e até no meio-fio, o superintendente esteve pessoalmente ao local conversando com as pessoas.
Giuliano Silva assinala que a maioria das pessoas que foram ontem na UPA poderiam ter procurado as unidades básicas de saúde nos bairros onde, segundo ele, existem médicos à disposição.
No entanto, Misael Sousa desmente o superintendente. “A situação está assim porque não existem médicos nos postos de saúde. Por isso as pessoas vem aqui e sobrecarregam o atendimento”, comenta. Ele ficou na fila por mais de quatro horas, esperando atendimento para a noiva, que estava com dores no peito.
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