Festival da solidariedade

Na edição deste ano, "a festa que nunca acaba" tem cerca de 500 voluntários a mais do que 2010. São cerca de 4.300 pessoas empenhadas em servir a Deus e ao próximo. Há espaço até para entrar na fila de salvar vidas

De ponta a ponta do terreno de 60 mil metros quadrados, a solidariedade predomina. Dentro dos quiosques, em meio ao campo aberto de shows, nos estandes de vendas, nos alambrados dos palcos. Por trás de tudo o que compõe o Hallelluya há a colaboração de gente que muitos dos milhares de participantes do festival nem percebem.

Neste ano, cerca de 4.300 voluntários atuam em 68 equipes de produção. Da limpeza à montagem dos equipamentos necessários para a apresentação das grandes estrelas do mundo gospel. São 500 a mais que em 2010. “As reuniões acontecem desde maio. Muita gente procura, manda e-mail querendo ajudar. Sem eles, seria impossível”, atesta um dos organizadores do evento, Tobias Cortez.

E é justamente pelo fato de ser feito por vontade própria que o trabalho tem tanto amor impregnado. No Halleluya, procurador de Justiça ajuda na limpeza, dona de casa vira vendedora, auxiliar de setor pessoal se transforma em garçonete.

Tudo para servir ao próximo e pregar a palavra de Deus. “Muita gente vem só pro brechó (onde peças seminovas de roupa, calçados e acessórios podem ser compradas por R$ 1). Aí, a gente fala do amor de Deus. No fim das contas, a gente não está aqui só pra vender. A gente é uma espécie de ponte”, resume Neide Bezerra, 38, dona de casa nas horas vagas, evangelizadora 24 horas.

Ela foi uma das voluntárias que, ontem, na terceira noite de Festival, chegou cedinho ao Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no Castelão. Ficou das 17h às 20h atendendo à pequena multidão que fazia fila em frente ao box do brechó.

Quando saiu, assistiu a algumas apresentações. E pregou a palavra. Empenho similar ao da auxiliar de setor pessoal Kelly Rocha, 41. De touca e luvas, ela servia sucos no setor de alimentação do CEU.

Uma rotina de fim de julho. “Pra tudo isso acontecer, tem um mundo de gente se esforçando. Quem está servindo, vê as graças acontecerem. É como a passagem ensina: só quem viu Jesus transformar a água em vinho era quem estava nos bastidores da festa”, compara.

Num lugar onde o espírito de solidariedade vive, há lugar de sobra para quem pode - e quer - salvar vidas. Nos cinco dias de Halleluya, equipes do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) captaram doadores de sangue e de medula óssea.

Às 20 horas de ontem, já eram 250 doadores de sangue para uma meta de 700 até amanhã. “Na hora da coleta, a gente fala da medula. Algumas pessoas têm resistência, mas já conseguimos mais de 100 voluntários”, contabilizava a coordenadora de Captação de Doações do Hemoce, Nágila Lima.

PROGRAMAÇÃO

Aproveite os últimos dias do Halleluya

 

Sábado

Banda Brasa Viva

Expresso HG

Banda Dominus

Missionário Shalom

Diego Fernandes

Banda Alto Louvor

Domingo

Celebração Eucarística com dom José Antônio (a partir das 18 horas)

Anjos de Resgate

Cosme

 

SERVIÇO

Horário: a partir das 19 horas

Entrada: gratuita

Endereço: avenida Alberto Craveiro, 2.222, Dias Macêdo

Bruno de Castro 
brunobrito@opovo.com.br