Houve um grito neste país, “Independência ou morte”, em 7 de setembro de 1822, quando dom Pedro I, traduzindo o sentimento do povo brasileiro, decidiu libertar o país do domínio português.
Heróis da liberdade não faltaram neste gigante verde e amarelo chamado Brasil, como Tiradentes em Minas Gerais, Manoel Bequimão no Maranhão e tantos outros lutando por uma vida melhor.
Em 1889, sessenta e sete anos depois do grito de dom Pedro I, a República foi proclamada.
Mas que República foi esta que nos livrou dos reis e, ao mesmo tempo, como se na mais absurda das contradições, criou oligarquias, dinastias e quase acabou com todas as nossas esperanças? Só queremos dizer que, do Império até aqui, nada mudou. Cala um silêncio terrível sobre nossas almas porque o autoritarismo que era imposto pelas baionetas hoje é imposição do dinheiro, do poder absoluto de facínoras que mesmo sem coroas e sem repúblicas pensam que são reis e presidentes.
Ainda há, tantos séculos depois, crianças famintas, pais de família sem emprego nem destino e mulheres suando do medo de que seus filhos maiores de idade se percam nesta guerra social.
O Brasil, que suportou a guerra dos farrapos, a revolução de 1930, a ditadura civil de Getúlio Vargas e o golpe militar de 1964, faz silêncio diante de pequenos ditadores provincianos que hoje se espalham em cada um dos estados dessa Federação.
Depois de tanto tempo, o século 21 nos avisa que a história não mente. Então, onde foram para nossos heróis? Quem defende esta Nação conspurcada por autoridades que nada sabem sobre a eterna pobreza deste país?
Estamos vivendo hoje uma democracia que passou pelos ideais de Juscelino Kubitschek, de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, mas a liberdade conquistada morre a cada dia, com medo de que a opressão volte a reinar.
Sem impérios, sem reinados, sem repúblicas, só queremos dizer que a história do Brasil não acaba aqui e, por mais que tentem, senhores, jamais apagarão esse sentimento de liberdade e nunca conseguirão calar a nossa voz.
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