Reunião de Lula e Maluf causou recuo de Erundina
A inabilidade política do PT em colocar nesta segunda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado do deputado federal Paulo Maluf, na cerimônia de apoio à candidatura a prefeito de Fernando Haddad, foi a gota d'água para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) recuar da decisão de ser vice na chapa do ex-ministro da Educação. Segundo fontes do PT, Erundina não aceitou o fato de Lula não ter aparecido na cerimônia que ratificou a dobradinha entre PSB e PT, na última sexta-feira, enquanto nesta tarde posava para fotos com Haddad e Maluf.
"Poderiam ter feito um evento no final da tarde desta segunda para o Maluf e sem o Lula, que tudo estaria tranquilo. A Erundina sabia desde sexta-feira que o acordo com o Maluf estava fechado", disse uma fonte. "Agora Lula deveria fazer um afago público à deputada para contornar essa situação de pura inabilidade política", completou a fonte.
Na ocasião do acordo entre PT e PSB, Erundina não vetou o acordo com o PP, preferiu não se posicionar sobre o assunto e afirmou que um acordo com o Maluf e com o PP não passava pela decisão pessoal dela. Ela reforçou, no entanto, que gostaria de ter ao lado pessoas comprometidas com o projeto político da chapa com Haddad.
Conciliação
Já o presidente do PT do Estado de São Paulo, deputado estadual Edinho Silva, adotou um discurso de conciliação e afirmou, à Agência Estado, acreditar na permanência de Erundina como vice na chapa de Haddad. "Não ouvi da deputada qualquer sinal de ruptura, mas um descontentamento que, com o diálogo, será superado. Vamos contar com ela ao lado de Haddad", afirmou Edinho.
O presidente do PT paulista defendeu o acordo com o PP e com Maluf, o qual, segundo ele, segue o padrão de coligações amplas, já adotado pelo governo Lula e pela administração da atual presidente Dilma Rousseff. "São coligações que mesmo com a contradição têm objetivos maiores; no caso da candidatura do Haddad, há pontos de unidade (entre PT e PP) para a cidade, que são as ações de combates às enchentes, às crises da saúde e da educação", concluiu Edinho.
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