terça-feira, 19 de junho de 2012

Rio+20: chegada de comitivas deixa trânsito complicado no Rio


Cerca de 50 comitivas de chefes de Estado e de Governo que participarão da cúpula da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, devem desembarcar hoje (19) no Rio de Janeiro. Desde o início da manhã, muitos cariocas enfrentam dificuldades no trânsito por causa das alterações implementadas pela prefeitura para facilitar a movimentação dos veículos que transportarão os líderes mundiais.
O empresário Eli de Freitas tinha um compromisso às 10h na Penha, zona norte, e saiu de casa, na Barra da Tijuca, zona oeste, com uma antecedência maior do que a habitual, mas desistiu do itinerário no meio do caminho.
"Saí de casa às 8h porque já sabia que o trânsito estaria ruim, mas está impraticável. A Linha Amarela está totalmente parada e a Linha Vermelha, por causa da faixa exclusiva para as autoridades, está ainda pior. Peguei um retorno e fui resolver outras coisas pela zona oeste mesmo. O jeito foi remarcar o compromisso para depois da Rio+20", contou.
O advogado Pedro Leitão, que precisou atravessar a zona sul da cidade para chegar ao centro nesta manhã, também disse que perdeu mais tempo do que o habitual.
"As pistas reversíveis da orla, que já não dão conta do fluxo nos dias normais, não estão funcionando hoje, então já viu como ficou para a gente. Tomara que todo esse sacrifício a que o carioca está sendo submetido valha a pena, e a Rio+20 termine com um documento pelo qual os chefes de Estado realmente assumam compromissos concretos", disse.
O esquema especial de trânsito, montado em razão da chegada das comitivas, envolve a criação de faixas exclusivas na Linha Vermelha, via expressa que liga municípios da Baixada Fluminense ao centro, passando pelo Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, zona norte. Além disso, foram suspensas as faixas reversíveis na orla da zona sul, desde a Avenida Delfim Moreira, no Leblon, passando pela Vieira Souto, em Ipanema, até a Atlântica e a Princesa Isabel, em Copacabana. Hoje, estão mantidas as reversíveis da Avenida Niemeyer e do Elevado do Joá, em São Conrado, mas a partir de amanhã (20) também serão suspensas.
Para a segurança das comitivas durante os deslocamentos, soldados do Exército estão posicionados nas passarelas da Avenida Brasil, via expressa que liga a zona oeste ao centro, a partir da Ilha do Governador e ainda em vários pontos da orla da zona sul. Além disso, 450 motociclistas das Forças Armadas, da Guarda Municipal e da Polícia Federal estão a postos.
A Rio+20 termina no dia 22 e deve atrair para a cidade mais de 70 mil pessoas, incluindo mais de 100 chefes de Estado. Além da cúpula e das reuniões oficiais, há uma série de eventos que ocorrem paralelamente à conferência, como os debates e as atividades da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, e no Espaço Humanidade 2012, em Copacabana, na zona sul.
Sobre a Rio+20 

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

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