terça-feira, 11 de outubro de 2011

Aulas da rede estadual serão retomadas hoje




Até o fim do prazo, Apeoc cumpre agenda de mobilização e espera avanço nas negociações com o governo
Os alunos da rede estadual de ensino voltam às aulas hoje, após uma "trégua" na greve dos professores, que passaram 63 dias parados. O retorno dos docentes ao trabalho, decidido em assembleia realizada na última sexta-feira, no entanto, não é definitivo. Segundo Anízio Melo, presidente do Sindicato dos Professores do Ceará (Apeoc), a categoria deliberou pela suspensão da greve por 30 dias, "numa clara demonstração da boa vontade em negociar".
De acordo com Melo, dos 24 mil docentes, 16.800 aderiram à paralisação, o que representa 70% da categoria. O movimento paredista deixou sem aulas pelo menos 112.661 dos 487 mil estudantes da rede estadual de ensino, conforme a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc). A reposição integral das aulas vai observar a proposta e a realidade de cada escola.

"Os professores são sensíveis à questão da reposição de conteúdos e, por isto, estão sendo orientados a elaborar atividades para diminuir os impactos dos dias parados, sobretudo para os alunos do último ano, tendo em vista o Enem", afirma Melo. Ele reforça que a continuidade do ano letivo está condicionada ao processo de negociação. "São necessários mais recursos para a valorização do professor", frisa.

Até o fim do prazo de suspensão da greve, a categoria promete muita mobilização, na tentativa de ter aprovados os 11 parâmetros de reivindicação apresentados ao chefe de gabinete do governador, Ivo Gomes, e à titular da Seduc, Izolda Cela. "Hoje, o Sindicato Apeoc encaminha nota oficial de esclarecimento à sociedade, dizendo o porquê da decisão da suspensão da greve e as condições de negociações com o governo", acrescenta o dirigente sindical.

Às 14 horas, a comissão de negociação se reúne com representantes das secretarias de Educação, Fazenda (Sefaz) e Planejamento (Seplag). "Vamos discutir a metodologia e definir a planilha de negociações. Queremos, de imediato, que os técnicos das partes tenham uma agenda em separado, mais ágil, para discutir pontos específicos", destaca Melo.

Para Anízio Melo, a categoria deu uma demonstração de que quer, sim, negociar - e ainda mais: quer resultados que possam ser apresentados para avaliação no prazo de 30 dias. "É o momento de agilidade, de aprofundamento, e a posição do sindicato está bem clara: a aplicação do plano de carreiras, consequentemente de uma nova tabela, tem que estar baseada na valorização de todos os professores, tendo como sustentação nenhum rebaixamento em relação aos atuais direitos", pontua.

A mais longa greve já realizada pelos docentes da rede estadual de ensino foi marcada por momentos de tensão. Iniciada no dia 5 de agosto, a paralisação teve repercussão nacional, com exibição de imagens do confronto entre os manifestantes e o Batalhão de Choque da Polícia Militar, na Assembleia Legislativa, no dia 29 de setembro. Na ocasião - quando os parlamentares aprovaram projeto de lei que cria nova tabela de vencimentos para a categoria -, dois professores saíram feridos.

Fonte: Diario do Nordeste

Nenhum comentário:

Piso salarial do professor: saiba quem tem direito ao reajuste nacional

  Presidente Jair Bolsonaro divulgou na tarde de hoje (27) um reajuste de cerca de 33% no piso salarial do professor de educação básica; con...