Recebido por mail de Daniel Cuba dos Santos
Pós-graduado em Direito do Consumidor e
Direito Administrativo e Administração Pública
Pós-graduado em Direito do Consumidor e
Direito Administrativo e Administração Pública
Cabe ao vereador,
mostrar os problemas da comunidade e buscar providências junto aos órgãos
competentes. Mas não é só isso. Cabe-lhe também a função de fiscalizar as
contas do Poder Executivo Municipal e do próprio Legislativo.
Um dos pré-requisitos
básicos da democracia é a existência de um Poder Legislativo forte e realmente
independente. Sem isso, a democracia é deficiente, capenga. No Brasil, apesar
das leis falarem claramente em “poderes independentes e harmônicos entre si”,
ainda falta muito para que isso vire realidade.
Lamentavelmente, as
contradições começam a nível nacional e estadual, quando temos parlamentares,
em sua maioria, subserviente e fiéis aos interesses políticos e econômicos do
Executivo.
Em especial nas Câmaras
Municipais, é vergonhoso. Prefeitos detêm a maioria dos vereadores os quais
mantêm com um “empreguinho” para a esposa, um benefício aqui, outro ali... e
assim, o edil fica cada vez mais distante do verdadeiro papel do vereador,
passando a ser apenas mais um encabrestado, boneco de marionete.
Cabe à população
esclarecida, exercer bem o seu direito de escolha, quando chamada às urnas para
indicar sua representação. É muito comum ouvir: “vereador não serve para nada”.
Cabe ao vereador, expor
os problemas da comunidade e buscar providências junto aos órgãos competentes.
Mas não é só isso. Cabe-lhe também a função de fiscalizar as contas do Poder
Executivo Municipal, os atos do Prefeito, denunciando o que estiver ilegal ou
imoral à população e aos órgãos competentes. Portanto, o vereador é o fiscal do
dinheiro público.
E aqui fica a pergunta:
será que o vereador que presta apoio político incondicional ao Prefeito em
troca de “benefícios” pessoais, exercerá livremente a função de fiscalizá-lo?
Não. E é isso que acontece na maioria das cidades brasileiras. Isso precisa ser
mudado.Vereador deve ser independente, atuante, polêmico, e deve sempre ter a
coragem de concordar com o que considerar certo e discordar do que considerar
que esteja errado. Deve agir com conhecimento e desarmado de ódios ou rancores.
É isso que a população
deve observar e cobrar de seus representantes. Aliás, a população precisa
freqüentar as reuniões dos Legislativos Municipais, para saber como estão se
comportando os “representantes do povo”.
Também é válido lembrar que pela estrutura
social brasileira, ao vereador é sempre cobrada a função de assistente social.
Isso vem de longe. São os costumes “coronelísticos” que persistem, como herança
política da República Velha.
Infelizmente, devido à
realidade de pobreza da maioria dos nossos municípios, ainda se pensa assim, o
que torna desfigurada a ação política. Essa mentalidade tanto compromete o
eleitor, vítima maior, por falta de educação política, quanto ao vereador, que
não dispondo de condições materiais para solucionar os problemas do seu
eleitorado, obriga-se ao cabresto do Prefeito. Mas, tanto no caso do eleitor
como do vereador, predomina-se a escassez de educação política.
Precisamos de
vereadores atuantes, dispostos a romperem com os costumes persistentes de
subserviência e vício. O vereador deve agir sem apego a benefícios pecuniários.
Ele deve usar, com disposição, a prerrogativa de denunciar possíveis fraudes
envolvendo dinheiro público, sobretudo pela tendência descentralizadora
existente, pois recursos estão indo direto para as mãos dos Prefeitos, como é o
caso do Ensino Fundamental.
Vereador consciente
contribui efetivamente para o desenvolvimento humano do seu município, ajudando
o povo a pensar e se organizar.
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