As contas do setor público (Governo Central, Estados, municípios
e empresas estatais) apresentaram em março um
superávit primário de R$ 10,442 bilhões, segundo dados divulgados nesta
sexta-feira pelo Banco Central.
O resultado consolidado do setor público
ficou abaixo da mediana de R$ 12 bilhões, calculada com base no levantamento do
AE Projeções realizado com 15 instituições. O dado ficou perto do piso das
estimativas, que era de R$ 10,100 bilhões, enquanto o teto dos prognósticos
situava-se em R$ 13 bilhões.
Nos três primeiros meses do ano, o governo
já cumpriu 32,9% da meta de superávit fixada para 2012, de R$ 139,8 bilhões. Em
12 meses, segundo dados do BC, o superávit acumulado até março ainda se
encontra abaixo da meta e soma R$ 135,421 bilhões, o equivalente a 3,22% do
PIB. Para 2012, a meta de superávit é em valores nominais.
Dívida líquida do setor público cai para 36,6% do PIB
A dívida líquida do setor público
consolidado encerrou março em montante equivalente a 36,6% do PIB. O valor
equivale a R$ 1,538 trilhão e representa queda na comparação com fevereiro,
quando o indicador era igual a 37,5% do PIB.
Segundo dados divulgados pelo Banco
Central, a desvalorização cambial acumulada de 6,6% no mês passado foi a
responsável pela queda do indicador, em montante equivalente a 0,8 ponto
porcentual.
Em termos nominais, a alta do dólar
diminuiu a dívida líquida em R$ 35,2 bilhões. Essa redução acontece porque o
Brasil, quando consideradas as reservas internacionais, é credor em dólar. Ou
seja, a valorização da moeda norte-americana reduz a dívida líquida do País.
O BC também informou que a dívida bruta do
governo geral terminou março equivalente a 56,3%. O patamar é superior aos
55,8% registrados em fevereiro e equivale a R$ 2,366 trilhões. Por esse
conceito, a alta do dólar não influencia positivamente a dívida, porque as
reservas internacionais não são levadas em conta.
Segundo o BC, os gastos com juros nas
contas do setor público em março somaram R$ 21,037 bilhões. Essas despesas
foram maiores do que as verificadas em igual mês do ano passado, quando
atingiram R$ 20,549 bilhões. No acumulado do ano, os gastos com juros nas
contas do setor público subiram para R$ 58,968 bilhões, o equivalente a 5,78%
do PIB.
Os dados do Banco Central mostram, no
entanto, um recuo nessas despesas no primeiro trimestre do ano. No ano passado,
as despesas com juros acumuladas estavam em 6,13% do PIB (R$ 58,945 bilhões).
Em 12 meses, os gastos com juros caíram para 5,64% do PIB até março, ou R$
236,696 bilhões. Até fevereiro, essas despesas estavam mais altas e eram
equivalentes a 5,67% do PIB.
Setor público consolidado tem déficit nominal
De acordo com os dados do Banco Central, o
setor público consolidado encerrou março com déficit nominal de R$ 10,595
bilhões e mostra que o esforço para o pagamento de juros da dívida, o chamado
superávit primário, foi insuficiente para pagar a dívida junto aos detentores
de títulos brasileiros.
No acumulado do primeiro trimestre de 2012,
o setor público registrou déficit nominal de R$ 12,995 bilhões, equivalente a
1,27% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual sinaliza melhora na
comparação com igual período de 2011, quando as contas públicas amargavam saldo
negativo equivalente a 2,05% do PIB.
No acumulado em 12 meses até março, o
déficit nominal do setor público consolidado alcançou R$ 101,275 bilhões,
equivalente a 2,41% do PIB.
Governos regionais tiveram superávit primário
Os Estados e municípios apresentaram
superávit primário de R$ 2,884 bilhões em março. Os dados mostram um recuo do
esforço fiscal dos governos regionais em relação a fevereiro deste ano e março
de 2011.
Os dados do BC também mostram que as
empresas estatais registraram um superávit primário de apenas R$ 102 milhões no
período. As estatais federais tiveram déficit primário de R$ 168 milhões em
março, enquanto as empresas estaduais registraram superávit primário de R$ 229
milhões e as municipais, um saldo positivo de R$ 41 milhões. Os dados mostram
que o governo central, na forma de apuração do BC, registram superávit primário
de R$ 7,456 bilhões em março.
No acumulado do primeiro trimestre, os
Estados acumulam um superávit primário de R$ 12,185 bilhões (1,20% do PIB) e os
municípios um superávit primário de R$ 1,005 bilhão (0,10% do PIB). O governo
central registra um superávit primário de R$ 33,006 bilhões (3,24% do PIB) nos
três primeiros meses do ano. Os governos regionais, um superávit primário de R$
13,189 bilhões (1,29% do PIB) e as empresas estatais, um déficit primário de R$
223 milhões (0,02% do PIB).
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