Comentário do Evangelho de hoje
Jesus nos convida a trabalhar “pelo alimento que permanece até a vida eterna”. Veja que, no capítulo seis do Evangelho de João, o tema central é o pão. Jesus, o enviado de Deus, é o pão do céu, da vida eterna. Então, Ele nos diz: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo” (Jo 6,27).
A partir da multiplicação dos pães, Jesus vai fazer uma longa catequese sobre o Pão da vida. O Senhor tinha matado a fome daquela gente com o alimento que Ele multiplicara no monte, mas o sustento que eles precisavam e que deviam se esforçar para encontrar era Ele próprio, o Senhor, a quem deveriam alcançar pela fé. Acreditar em Jesus e viver dessa fé é alimentar-se para a vida eterna.
A graça de Deus é causa de salvação e a fé é o meio para que ela aconteça. É claro que vários fatores ocasionam a salvação, como o próprio fato de estarmos perdidos, ou o fato de ouvirmos a mensagem do Evangelho. Mas tudo isso são causas imediatas e, por assim dizer, tornam-se meios. A causa primária é o próprio Deus, a Sua graça, a Sua vontade de salvar, o Seu desejo e amor pela humanidade.
Em certo sentido, podemos dizer que a graça é a parte de Deus e a fé é a parte do homem – embora a fé também seja um dom do Senhor. O Pai nos oferece, gratuitamente, a salvação, mas o homem tem a responsabilidade de acreditar e confiar nela, recebê-la. Você precisa crer em Jesus e em Sua Palavra!
Não seja “multidão” – tratada no Evangelho, de hoje, como aquela que pede ou exige de Jesus um sinal forte, um milagre espetacular. O povo estava querendo ou esperando um Messias poderoso, capaz de derrotar os opressores romanos e que lhe garantisse o alimento sem esforço e sem trabalho. Notem que, mais tarde, Jesus vai dizer que “o meu Reino não é deste mundo”.
Daí, a reação de Jesus: “Esforçai-vos pelo alimento que permanece até a vida eterna”. Qual é o alimento que permanece até a vida eterna? Deve ser aquele que chega até lá. Jesus nos disse que era Ele próprio. E o que significará esforçar-se por Ele próprio, isto é, “pelo alimento que permanece até a vida eterna”? Naturalmente, pôr em prática o primeiro e o segundo mandamentos.
Por que Jesus se posicionou dessa maneira? A verdade é que o povo não estava entendo muito bem “qual era a intenção de Jesus”. Ele se apresentou como o único alimento que nos satisfaz plenamente. “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”.
O Senhor não está falando da sede de um copo de água nem da fome de um prato de comida necessariamente. Mas, sim, da sede e da fome de Deus! Já não há mais necessidade de se embriagar para fugir ou esquecer da realidade sofrida com tantas frustrações, porque aquele que se “embebe” de Jesus – igual a uma esponja embebida em água – não terá necessidade de nenhuma fuga alucinante para se sentir bem.
Conheci uma senhora solteira e incrédula que, quando entrava em depressão, recuperava-se fazendo compras. Há pessoas na mesma situação, mas que se “vingam” comendo e comendo! Outros bebendo uma dúzia de cervejas… E assim por diante. Nada disso adianta, porque longe de Deus não existe felicidade. Só Jesus mata a nossa sede e a nossa fome de querer mais e mais bens materiais e prazeres de todos os tipos existentes nessa vida passageira.
Portanto, se esforce pelo alimento que permanece até a vida eterna. Este alimento, este Pão, é Jesus. Acredite n’Ele! Alimente-se da Sua Palavra, do Seu Corpo e Sangue. Assim, você terá a vida eterna.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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